SBT provoca Globo ao lançar The Voice Brasil com referência a Odete Roitman

Quando SBT decidiu estrear The Voice BrasilBrasil às 22h30 da segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, o plano era mais que simples divulgação: era um provocação ao rival direto, a TV Globo. A tática? citar a morte da icônica vilã Odete Roitman, da novela Vale Tudo, que havia rendido 29 pontos de audiência naquele mesmo instante.

Contexto da disputa televisiva

O cenário de outubro de 2025 foi marcadamente competitivo. Enquanto a Globo encerrava a segunda temporada de Estrela da CasaBrasil, a Record mantinha o carrilão da audiência com A Fazenda 17Brasil. A estratégia do SBT, portanto, era entrar em campo na hora de maior tensão e tentar roubar parte do público.

Estratégia de promoção do SBT

Nos intervalos da novela, os anúncios do SBT perguntavam: "Curioso para saber quem matou Odete Roitman? Nós também!" Em seguida, o convite era ir ao "melhor reality musical" que, segundo a emissora, seria The Voice Brasil. A campanha incluiu frases como "Hoje, 10 e meia da noite, após a morte da Odete, venha se divertir com a gente". O uso da imagem da atriz Débora BlochAtriz reforçou a associação emocional.

Além dos comerciais, o SBT investiu em posts nas redes sociais, utilizando hashtags como #OdeteMorta e #TheVoiceBrasil. A ideia era criar um efeito de curiosidade instantânea, mas acabou gerando polêmica entre os fãs da novela, que consideraram a referência de mau gosto.

Desempenho de audiência

Os números falam por si. Enquanto a cena da bala em Odete Roitman atraiu 29 pontos, a final de Estrela da Casa girou entre 13 e 16 pontos, dentro da média histórica. Tiago LeifertApresentadorSBT comandou The Voice Brasil com pontuação entre 3,8 e 4,5. Em alguns momentos, o programa chegou a ficar quase 3 pontos abaixo da concorrência da Record.

Além disso, a estreia enfrentou concorrência de dois grandes lançamentos: a cinebiografia de Whitney Houston na Tela Quente e a nova temporada de Chicago Fire. O efeito combinou: o público preferiu a familiaridade da novela e a ação da Fazenda, deixando o novo reality em terceiro lugar.

Reações de autoridades e especialistas

O diretor criativo da emissora, BoninhoDiretorSBT, admitiu que a campanha foi "arriscada, mas necessária para ganhar visibilidade". Já um analista da Kantar Ibope, Carlos Mendes, apontou que "a sobreposição de referências dramáticas de novela com entretenimento ao vivo costuma confundir o público e diluir a mensagem principal".

Representantes da Globo preferiram não comentar diretamente, mas um porta‑voz da emissora destacou que "a novela Vale Tudo continua sendo um fenômeno de audiência, e qualquer tentativa de desviar o olhar do público precisa ser muito mais sutil".

Análises e lições para o futuro

Análises e lições para o futuro

O que fica claro é que a escolha de horário foi, no mínimo, ousada. Lançar The Voice Brasil num block dominado por dois potentes concorrentes acabou prejudicando a captação de público. Especialistas sugerem que a emissora poderia ter optado por um dia menos concorrido, ou então investir em teasers que destacassem os jurados e o formato, ao invés de uma referência ficcional.

Além disso, a campanha gerou debates sobre ética publicitária. A morte de Odete Roitman, um marco da teledramaturgia nacional, foi usada como isca de audiência – um movimento que alguns consideram desrespeitoso com a obra original. Essa crítica pode impactar a imagem da SBT junto a telespectadores mais tradicionais.

Para Tiago Leifert, o futuro ainda tem margem de melhoria. Em entrevista ao "Jornal da Noite", ele afirmou que "o importante agora é retomar a confiança do público, melhorar a interatividade e apresentar talentos que realmente façam a diferença".

Próximos passos

Nas próximas semanas, o programa deve focar em performances ao vivo e em votações online para tentar recuperar público. Enquanto isso, a Globo encerra Estrela da Casa com um final emocionante, e a Record mantém A Fazenda 17 em liderança de audiência.

Perguntas Frequentes

Por que o SBT usou a morte de Odete Roitman na campanha?

A emissora buscava gerar curiosidade imediata, apostando no choque emocional que a cena da novela provocou. A estratégia foi criar um vínculo entre um momento marcante da TV brasileira e o novo reality, ainda que muitos espectadores tenham considerado a referência inadequada.

Qual foi a audiência do The Voice Brasil na estreia?

O programa registrou entre 3,8 e 4,5 pontos de audiência, ficando atrás de A Fazenda 17 (cerca de 7 pontos) e da final de Estrela da Casa, que chegou a 13 pontos.

Como a Globo reagiu à provocação do SBT?

A Globo não fez declarações oficiais, mas seu porta‑voz destacou a força da novela Vale Tudo e sugeriu que a explicação "chantada" não mudaria a preferência do público.

O que os especialistas recomendam para melhorar a audiência do The Voice Brasil?

Analistas sugerem mudar o horário para evitar concorrência direta com reality shows consolidados, investir mais em interatividade digital e promover os jurados e cantores de forma mais autêntica, sem depender de estratégias de choque.

Qual o impacto da campanha na imagem do SBT?

A campanha gerou críticas sobre ética publicitária e pode ter prejudicado a percepção de credibilidade da emissora entre telespectadores mais tradicionais, embora tenha aumentado a visibilidade da marca no curto prazo.

Existem 17 Comentários

  • vinicius alves
    vinicius alves

    O headhunt de audiências do SBT chegou a um nível quase hiperespecializado, usando a camada de memória grudenta da novela como gatilho de engajamento. Quando falam em “cross‑media shock”, o termo não é mera metáfora, mas um algoritmo de buzz que tenta converter nostalgia em rating instantâneo. O trade‑off entre ética e performance ficou bem evidente, ainda que o board da emissora pareça estar surfando na onda da disruptura sem freios. O resultado? Um pH de audiência ligeiramente ácido, indicando que a estratégia não preservou o “brand equity”. Em suma, a manobra foi um case de benchmark de risco calculado.

  • Larissa Roviezzo
    Larissa Roviezzo

    Olha só gente eu tô pasma com essa jogada do SBT parece cenário de novela mas na vida real kkk a gente sente que a TV virou um ringue de gladiadores onde cada frase é uma espada afiada eu fico indignada mas ao mesmo tempo divirto com tanta ousadia é como se a plateia fosse o juiz e a torcida fosse o júri

  • Luciano Hejlesen
    Luciano Hejlesen

    💎🧐 A integração simbólica entre o holofote da teledramaturgia e o palco do reality music é, no mínimo, uma bricolagem intelectual que beira o pretensioso, quase como se a própria cultura pop fosse decomposta em uma equação de choque midiático 🌪️. O uso da mortalidade de Odete como gatilho publicitário ressoa como uma metanarrativa de decadência, sacrificando a sacralidade da obra para alimentar a fome de métricas. O resultado é um ensaio de marketing de mau gosto, onde a estética é subordinada ao KPI, demonstrando que o mercado tem mais voz que a crítica. 🎭

  • Mauro Rossato
    Mauro Rossato

    O SBT tentou meter uma caixa d'água de nostalgia na cabeça do público, mas acabou só derramando água suja na telinha. A estratégia pareceu bem criativa, mas na prática ficou meio torta, tipo um samba sem bateria. Fazendo um paralelo cultural, a gente vê que usar um momento icônico de novela pra vender reality pode ser arriscado, porque a galera tem memória afetiva forte. No fim das contas, o programa acabou virando aquela piada de tiozão que tenta ser descolado.

  • Tatianne Bezerra
    Tatianne Bezerra

    Vamos acordar, gente! Essa propaganda foi uma invasão agressiva da memória nacional e não tem nada de sofisticado. O SBT não pode se achar o rei da criatividade quando só está reciclando trauma de novela pra vender música. Se quiser realmente dominar o horário, tem que investir em conteúdo original, não em truques baratos! Chega de usar a morte de Odete como isca, isso é ultrapassado e desrespeitoso.

  • Hilda Brito
    Hilda Brito

    Pra mim essa polêmica foi um monte de barulho pra nada, todo mundo acha que a Globo tem o monopólio da audiência mas o SBT só mostrou que ainda tem truques na manga. Não tem que ficar chorando pela tradição, o público de hoje curte novidade mesmo que seja meio polêmica. No fim, quem se importa com a ética quando o objetivo é subir nos números?

  • Cristiane Couto Vasconcelos
    Cristiane Couto Vasconcelos

    É legal ver que o SBT está tentando inovar e trazer algo diferente ao público o esforço merece reconhecimento e quem sabe com ajustes futuros possa alcançar melhores resultados

  • Deivid E
    Deivid E

    Essa campanha foi mais falha que a própria estreia do The Voice.

  • Túlio de Melo
    Túlio de Melo

    Quando analisamos a intersecção entre memória coletiva e estratégia midiática percebemos que a curiosidade humana é um espelho que reflete tanto o passado quanto a ambição presente

  • Benjamin Ferreira
    Benjamin Ferreira

    De acordo com dados da Kantar Ibope, a prática de inserir referências de novelas em campanhas de lançamentos costuma gerar um pico momentâneo, porém não se traduz em retenção de audiência a longo prazo

  • Marco Antonio Andrade
    Marco Antonio Andrade

    Concordo com o ponto apresentado, além disso é importante que a emissora invista em interatividade digital e destaque os jurados de forma autêntica para criar um vínculo duradouro com o público

  • Ryane Santos
    Ryane Santos

    Primeiramente, é imprescindível reconhecer que a sacada do SBT de usar a morte de Odete Roitman como isca publicitária revela uma falta de criatividade estrutural que beira o desespero institucional. Em segundo lugar, a análise dos números de rating demonstra que a expectativa de alavancar a audiência por meio de choque narrativo não se sustentou, conforme apontam as métricas de audiência que mantiveram o programa abaixo de 5 pontos. Ademais, o público alvo do The Voice Brasil, que historicamente busca autenticidade musical, foi submetido a um rótulo de sensacionalismo barato, minando a credibilidade da marca. Ademais, a escolha de horário coincidiu diretamente com a final de Estrela da Casa e a temporada de A Fazenda 17, duas referências consolidadas que naturalmente absorvem a maior parcela de espectadores. Ainda assim, a diretoria do SBT parece ter ignorado as lições de planejamento estratégico que recomendam evitar concorrência direta com programas estabelecidos. Outro ponto crítico é a utilização de uma memória coletiva tão pungente quanto a morte de Odete, que, ao ser usada como mera ferramenta de marketing, desrespeita a integridade da obra original. Não podemos olvidar que a publicidade responsável deve equilibrar impacto e ética, o que claramente não ocorreu aqui. Além disso, a reação dos críticos de mídia reforçou a percepção de que a tática foi de mau gosto, criando mais ruído negativo do que valor agregado. Por outro lado, o apresentador Tiago Leifert tentou mitigar a situação ao prometer melhorias, mas tal promessa carece de substância sem uma revisão profunda da estratégia de conteúdo. Mais ainda, a equipe de produção poderia ter priorizado a exposição dos jurados e dos talentos participantes como elementos centrais, ao invés de depender de um coquetel de choque. Também é válido observar que o uso de hashtags #OdeteMorta gera tráfego momentâneo nas redes, mas não converte seguidores em espectadores fiéis. Em termos de publicidade, essa prática pode ser classificada como "clickbait" de nível avançado, mas ainda assim falha em converter cliques em audiência sustentável. Outra falha notória foi a falta de integração multicanal eficaz, visto que a campanha não explorou plenamente plataformas digitais para criar engajamento interativo. Ainda, o feedback dos telespectadores nas redes sociais indica frustração e sensação de manipulação, o que pode corroer a confiança na emissora a longo prazo. Por fim, recomenda‑se que o SBT reavalie sua abordagem, adotando um plano que priorize conteúdo autêntico, respeite a memória cultural e alinhe seu cronograma com assentamentos de menor concorrência, a fim de restabelecer sua credibilidade no mercado.

  • Lucas da Silva Mota
    Lucas da Silva Mota

    Essa jogada parece mais um grito vazio sem fundamento nenhum.

  • Ana Lavínia
    Ana Lavínia

    É notório, portanto, que a estratégia empregada pelo SBT, ao invocar a icônica morte de Odete Roitman, representa, sem dúvida, uma tentativa de capitalizar sobre o choque emocional, entretanto, tal abordagem, embora eficaz no curto prazo, pode resultar, de forma inesperada, em uma percepção de falta de respeito pela obra original, o que, por sua vez, pode deteriorar a relação com o público mais tradicional, que valoriza a integridade cultural acima de toutas as métricas de audiência.

  • Joseph Dahunsi
    Joseph Dahunsi

    Mano isso foi tipo um bombardeio de nostalgia, kkk achei até meio doido que o SBT tentou usar a morte da Odete pra vender o show 🎤 foi muito ousado

  • Verônica Barbosa
    Verônica Barbosa

    Patriarcas da TV não podem profanar ícones nacionais, isso é inaceitável.

  • Willian Yoshio
    Willian Yoshio

    Observando o cenário, nota‑se que a escolha de horário do The Voice parece ter sido feita sem levar em conta a competição direta, o que inevitavelmente reduziu seu alcance de espectadores.

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