Na noite de quinta-feira, 30 de outubro de 2025, às 21:30 (horário de Brasília), o Allianz Parque em São Paulo vai vibrar com uma das partidas mais dramáticas da história da Copa Libertadores. O Palmeiras entra em campo contra o equatoriano Liga Deportiva Universitaria (LDU) com uma missão quase impossível: reverter um déficit de 3 a 0 sofrido na ida, em Quito. Ninguém, em mais de 60 anos de competição, conseguiu algo assim em semifinal. Mas o time de Abel Ferreira não está aqui para desistir. Ele pediu aos torcedores: ‘Façam uma noite mágica.’ E o estádio, com todos os 49.205 ingressos esgotados, promete responder.
Um desafio sem precedentes
Nunca, em toda a história da Libertadores, um time superou uma desvantagem de três gols no segundo jogo da semifinal. O próprio Palmeiras, em 2015, veio de 3 a 0 contra o River Plate na semifinal e perdeu por 4 a 1 no agregado. Mas aqui, o cenário é ainda mais tenso: o adversário é um LDU que chegou à semifinal eliminando Botafogo e São Paulo — dois gigantes brasileiros — com eficiência tática e defesa sólida. Eles não vieram apenas para resistir. Vieram para fechar a porta. O técnico Tiago Nunes, que assumiu o comando da equipe equatoriana em 2024, sabe que a vantagem é sua. Mas também sabe que o Allianz Parque, com o calor da torcida, pode ser um inferno. "Nós não vamos jogar para não perder. Vamos jogar para ganhar", disse Nunes em coletiva na véspera da partida.
As escalações e as ausências
O Palmeiras terá que contar com uma linha ofensiva de fogo. A dupla Vitor Roque e Flaco López será a chave. O jovem atacante, de apenas 19 anos, já marcou quatro gols na competição e tem velocidade para rasgar a defesa equatoriana. Ao meio-campo, Andreas Pereira e Mauricio terão que controlar o ritmo e liberar espaços para os laterais, especialmente Khellven, que vem se destacando como alternativa ofensiva. O goleiro Carlos Miguel, titular desde a lesão de Weverton, precisa de uma noite perfeita — e talvez até uma defesa milagrosa.
Já o LDU sofre com suspensões. O zagueiro Bryan Ramírez, autor de uma marcação dura na primeira partida, foi expulso e não jogará. Seu substituto, Fernando Cornejo, retorna após suspensão e deve formar a trinca defensiva com Ricardo Adé e Quiñónez. O atacante Alzugaray, que marcou o terceiro gol em Quito, está recuperado de uma lesão muscular e deve iniciar. Mas Gian Allala, principal criador da equipe, ainda não foi liberado pelos médicos — uma perda pesada. "Sem ele, perdemos o toque de precisão que nos fez dominar São Paulo", admitiu Nunes.
Como assistir ao vivo
A transmissão será exclusiva da ESPN e Disney+ no Brasil, com cobertura em português e comentários de Domenico Gatto, que já chamou o jogo de "o mais emocionante da década". A beIN SPORTS também transmite em alta definição, com foco na análise tática. Para os que preferem o rádio, a Energia 97 FM leva o jogo com análise de Seo Bento e reportagem de Zé Henrique. O streaming "Na Rede Oficial" — plataforma oficial do Palmeiras — oferece acesso ao áudio com comentários exclusivos e imagens alternativas.
Quem avança? E o que está em jogo
Se o Palmeiras vencer por 4 a 0, 5 a 1 ou qualquer placar que dê uma vantagem de quatro gols no agregado, ele avança direto para a final. Se vencer por 3 a 0, a partida vai para os pênaltis — e isso, na prática, é quase uma vitória. Mas se o placar for 2 a 0, 1 a 0 ou até 3 a 1, o LDU avança. E isso é um cenário que assusta a torcida. Porque o time equatoriano já eliminou dois clubes brasileiros em fases decisivas. E não parece estar com medo.
A final, marcada para 29 de novembro de 2025 em Lima, Peru, será contra o Flamengo, que já garantiu vaga após eliminar o Corinthians. O vencedor da Libertadores garante vaga na Copa do Mundo de Clubes da FIFA e na Recopa Sul-Americana. Mas para o Palmeiras, o prêmio maior é a redenção. A chance de escrever um capítulo inédito na história da competição. Um feito que, até agora, só existia em sonhos.
Por que essa partida é diferente
Antes de tudo, o Palmeiras não está em uma final. Está em uma batalha de sobrevivência. E isso muda tudo. O time de Abel Ferreira já mostrou que sabe jogar contra adversários mais defensivos — venceu o Sporting Cristal por 4 a 0 na fase de grupos e o Universitário por 5 a 1 nas oitavas. Mas nenhum desses adversários tinha a consistência defensiva do LDU. A equipe equatoriana sofreu apenas dois gols em quatro jogos fora de casa nesta edição. E em Quito, com o público gritando, foi implacável. Agora, em São Paulo, o Palmeiras precisa de mais do que gols. Precisa de coragem. De um sentimento coletivo. De uma torcida que não acredita em milagres — mas que, mesmo assim, vai torcer como se acreditasse.
Frequently Asked Questions
Como o Palmeiras pode avançar mesmo estando atrás por 3 a 0?
O Palmeiras precisa vencer por pelo menos 4 a 0 para avançar direto à final. Se vencer por 3 a 0, o placar agregado fica 3 a 3, e a partida vai para os pênaltis. Qualquer outro resultado — como 2 a 0 ou 3 a 1 — elimina o time paulista. É uma exigência quase impossível, mas não inviável: em 2005, o Liverpool superou o AC Milan de 3 a 0 no primeiro jogo da final da Champions e venceu nos pênaltis — embora isso tenha sido na final, não na semifinal.
Quem é o principal risco do LDU na partida?
O atacante Alzugaray, que marcou o terceiro gol em Quito, é o maior perigo. Ele tem boa finalização e vive um momento de confiança. Além dele, o meia Carlos Gruezo domina o centro do campo e tem capacidade de lançar os laterais em contra-ataques. O LDU joga com 4-4-2, e seu sistema é feito para encurralar os atacantes do Palmeiras. Se o time equatoriano conseguir manter o bloqueio alto e cortar os passes de Andreas Pereira, o Palmeiras pode ficar isolado.
Por que a ausência de Gian Allala é tão importante?
Gian Allala é o principal criador do LDU. Ele tem 8 assistências na competição e é o jogador que mais finaliza com precisão. Sua ausência força o time a depender mais de passes longos e da velocidade de Medina. Isso reduz o controle de jogo e aumenta o risco de erros defensivos. Para o Palmeiras, isso é uma vantagem tática: se o LDU não tem quem distribua com inteligência, a pressão alta do meio-campo de Mauricio e Bruno Fuchs pode desestabilizar a equipe equatoriana.
O que acontece se o Palmeiras perder por 4 a 0?
Se o Palmeiras perder por 4 a 0, o placar agregado será 7 a 0 para o LDU — e o time equatoriano avança com folga. Mas o mais importante é que o Palmeiras não teria qualquer chance de avançar, mesmo em pênaltis. Nesse cenário, o LDU se tornaria o primeiro time equatoriano a chegar à final da Libertadores desde 2009, quando o Emelec foi eliminado na semifinal. Para o futebol equatoriano, seria um marco histórico.
Abel Ferreira já fez alguma recuperação assim antes?
Nunca em competições internacionais. Mas em 2021, ele levou o Palmeiras a reverter um 2 a 0 contra o Santos na semifinal do Brasileirão, vencendo por 3 a 1 no segundo jogo. Foi uma virada emocional, com a torcida no limite. Aqui, a pressão é maior, o adversário é mais sólido e o placar é pior. Mas o estilo de jogo de Ferreira — pressão alta, mobilidade e confiança nos jovens — é exatamente o que pode surpreender. Ele não acredita em números. Acredita em coragem.
Por que o Allianz Parque está tão cheio, mesmo com a dificuldade?
Porque os torcedores sabem que isso pode ser histórico. Em 2015, 50 mil pessoas lotaram o Allianz Parque para ver o Palmeiras perder para o River. Mas muitos voltaram em 2020 para ver a conquista da Libertadores. Agora, há um sentimento de que, mesmo que o time não avance, esta noite vai entrar para a memória coletiva. É um ritual de fé. E em futebol, às vezes, a fé move montanhas — ou, no caso, recupera um placar de 3 a 0.
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