Copa do Mundo de 2026 terá 48 equipes, 104 jogos e formato inédito com 12 grupos

A Copa do Mundo de 2026 chega com uma revolução sem precedentes: pela primeira vez na história, 48 seleções disputarão o título mundial, em um torneio que promete mais emoção, mais jogos e mais surpresas. Aprovado em 14 de março de 2023, o novo formato foi oficializado pela FIFA em 9 de maio de 2025, e será realizado entre 11 de junho e 19 de julho de 2026 em solo norte-americano — com partidas espalhadas por México, Estados Unidos e Canadá. O que parecia uma ideia ousada em 2017, quando Gianni Infantino propôs o aumento de 32 para 48 equipes, virou realidade com um sistema que redefine o equilíbrio competitivo do futebol global.

Novo formato: 12 grupos, 32 classificados e oito jogos para o título

O modelo definitivo é simples, mas radical: 12 grupos de quatro seleções cada. Os dois primeiros de cada grupo avançam automaticamente — isso são 24 equipes. Mas aqui vem o pulo do gato: os oito melhores terceiros colocados também se classificam, totalizando 32 equipes para a fase eliminatória. Isso significa que, mesmo perdendo duas partidas, uma seleção ainda pode sonhar com o título — algo impensável no antigo formato. O campeão, então, precisará vencer oito jogos — um a mais que nas edições anteriores, onde sete vitórias bastavam. A FIFA afirma que a mudança reduz o risco de conluio entre equipes na última rodada dos grupos, já que todos os times jogam três partidas, e o desempenho dos terceiros colocados é avaliado com critérios claros: pontos, saldo de gols, gols marcados e confronto direto.

As sedes: 16 estádios, 104 jogos e o peso dos EUA

As partidas serão distribuídas em 16 cidades. Onze delas estão nos Estados Unidos, três no México e duas no Canadá. Os norte-americanos sediarão 78 jogos — quase 75% do torneio. A abertura será no lendário Estádio Azteca, em Cidade do México, em 11 de junho de 2026. A final, por sua vez, acontecerá no MetLife Stadium, em East Rutherford, Nova Jersey. As semifinais serão em Atlanta e Dallas, e a disputa pelo terceiro lugar em Miami. O calendário oficial, revelado em 6 de dezembro de 2024, garante que os jogos ocorram em finais de semana e feriados nacionais, maximizando o público e a audiência.

Sorteio histórico: os grupos e os anfitriões com bolas coloridas

Em 5 de dezembro de 2025, em Washington, D.C., foi realizado o sorteio dos 12 grupos. Das 48 seleções, 42 já estavam classificadas. Os três países-sede tiveram tratamento especial: México foi colocado na posição A1 com bola verde, Canadá em B1 com bola vermelha e Estados Unidos em D1 com bola azul. O Pote 1, com as seleções mais fortes, incluiu Brasil, Argentina, França, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Bélgica e Países Baixos — todos com ranking da FIFA acima de 10. Para evitar que dois gigantes se enfrentem antes da final, a FIFA criou dois blocos separados até as semifinais, com Espanha e Argentina em lados opostos do diagrama.

As vagas: Europa domina, África e Ásia ganham espaço

A distribuição de vagas é a mais equilibrada da história. A UEFA leva 16 vagas diretas — quase um terço do total. A CAF (África) recebe 9 diretas + 1 de repesca, a AFC (Ásia) tem 8 diretas + 1, e a CONMEBOL (América do Sul) mantém 6 diretas + 1. A CONCACAF — que engloba os três países-sede — tem 3 vagas diretas, mas como Canadá, México e EUA já estão classificados automaticamente, eles ocupam essas vagas e abrem espaço para outras seleções da região. A OFC (Oceania) ganha 1 vaga direta + 1 de repesca. O torneio de repesca mundial, que define as duas últimas vagas, será disputado em março de 2026, entre as seleções que não se classificaram diretamente, mas tiveram desempenho sólido nas eliminatórias.

Estrelas confirmadas e histórias que vão emocionar

Estrelas confirmadas e histórias que vão emocionar

Lionel Messi, aos 39 anos, ainda não anunciou sua aposentadoria da seleção argentina. Com Lionel Scaloni no comando, a Argentina chega como uma das favoritas — e a possibilidade de Messi brilhar na final no MetLife Stadium é o sonho de milhões. Outra narrativa poderosa é a de Marrocos, que voltou às copas após dois fracassos em 2018 e 2022. Os “Zorros do Deserto” querem superar seu melhor resultado: as oitavas de final em 2014, quando foram eliminados pela Alemanha. E há também o Canadá, que não participava de uma Copa desde 1986. Será a sua terceira aparição — e a primeira em casa. O país, que conquistou vaga por mérito próprio, tem uma geração jovem e talentosa, com Alphonso Davies como principal estrela.

Impacto econômico e legado: mais que futebol

O torneio deve movimentar mais de R$ 15 bilhões na economia dos três países, segundo estimativas da FIFA. Mais de 3 milhões de torcedores devem viajar entre as cidades-sede, gerando empregos, impulsionando o turismo e renovando infraestrutura. Em Cidade do México, o Azteca passou por reformas estruturais. Em Toronto, o BMO Field foi ampliado. Nos EUA, estádios como o Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, e o SoFi Stadium, em Los Angeles, foram modernizados. O legado, porém, vai além do concreto: a inclusão de mais países, especialmente da África e da Ásia, fortalece o futebol global e desafia o domínio tradicional da Europa. A FIFA quer que, em 2030, o Mundial seja ainda mais diverso — e 2026 é o primeiro passo.

O que vem depois?

A próxima grande decisão da FIFA será sobre o formato de 2030. Há pressão para manter os 48 times, mas também para reduzir o número de jogos por seleção e evitar o cansaço dos atletas. A ideia de um Mundial com 64 equipes já circula, mas é vista como exagero. O que se sabe é que o modelo de 2026 abriu portas — e a pressão por igualdade e representatividade só crescerá. Os países da OFC, por exemplo, já pedem mais vagas diretas. A CAF quer que o torneio de repesca seja mais justo. E os pequenos times, como Haiti ou São Vicente e Granadinas, sonham com o dia em que poderão jogar em um Azteca lotado.

Frequently Asked Questions

Como funciona a classificação dos terceiros colocados nos grupos da Copa de 2026?

Os oito melhores terceiros colocados entre os 12 grupos avançam para as oitavas de final, com base em critérios rigorosos: primeiro, pontos; depois, saldo de gols; depois, gols marcados; e, por fim, confronto direto. Isso evita que seleções sejam eliminadas por terem jogado contra grupos mais fortes, garantindo justiça competitiva. O sistema foi inspirado em torneios de futebol europeu, mas aplicado em escala global pela primeira vez.

Por que os países-sede têm classificação automática, mesmo sendo três?

A FIFA decidiu em 2023 que os anfitriões da Copa de 2026 — Canadá, México e EUA — teriam vaga garantida, mesmo que isso reduzisse o número de vagas diretas para outras confederações. A justificativa é logística e comercial: facilitar a organização, garantir público local e aumentar a audiência nos países anfitriões. Essa prática já existia antes, mas nunca com três países simultaneamente. A decisão gerou críticas, mas foi mantida por unanimidade no Conselho da FIFA.

Quantas partidas um time precisa vencer para ser campeão em 2026?

Oito. No formato antigo, com 32 times, o campeão jogava sete partidas: três na fase de grupos, e quatro eliminatórias. Agora, com 48 times e o avanço dos terceiros colocados, o campeão precisa vencer três jogos na fase de grupos, mais cinco eliminatórias (oitavas, quartas, semifinal, final). Isso aumenta o desgaste físico e exige mais profundidade de elenco — um desafio para as grandes seleções.

Quais seleções estão confirmadas até o sorteio de dezembro de 2025?

Até 5 de dezembro de 2025, 42 seleções já estavam classificadas, incluindo Brasil, Argentina, França, Espanha, Alemanha, Portugal, Inglaterra, Bélgica, Países Baixos, Itália, Croácia, Dinamarca, Sérvia, Suíça, Polônia, Uruguai, Equador, Colômbia, México, Canadá, EUA, Marrocos, Senegal, Tunísia, Gana, Camarões, Nigéria, Irã, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Austrália. As seis restantes seriam definidas em partidas de repesca em março de 2026.

O novo formato favorece seleções pequenas ou grandes?

O formato favorece as grandes seleções, mas dá chance real às menores. Enquanto times como Brasil ou França têm mais recursos e experiência para lidar com o ritmo de oito jogos, seleções como Jamaica, Guiana ou Timor-Leste agora têm uma chance concreta de avançar mesmo com um empate e duas derrotas — desde que sejam entre os oito melhores terceiros. Isso aumenta a competitividade e o valor comercial das partidas de grupos, que antes eram consideradas “de pacote”.

O que muda na transmissão e na experiência do torcedor?

Com mais jogos, a cobertura midiática aumenta exponencialmente. A TV e os streaming terão mais conteúdo, mas também mais competição por atenção. Para o torcedor presencial, isso significa mais cidades com jogos, mais oportunidades de ver partidas ao vivo e mais rotas de viagem. Mas também mais congestionamento, mais pressão sobre a infraestrutura e mais dificuldade para garantir ingressos. A FIFA já anunciou um sistema de loteria para ingressos, com prioridade para moradores dos países-sede.